Hoi An - Vietnam - Vida Cotidiana

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domingo, 17 de novembro de 2019

PETRA - JORDANIA



PETRA



Você está vendo um filme e de repente na cena aparece um paredão no deserto, com uma construção que remete a uma grande Igreja, toda esculpida em uma pedra rosa, quase vermelha.. Alguém aí lembrou de Petra? Lembro de haver lido quando nova sobre Petra... uma cidade que tinham várias tumbas e mausoléus incrustados nos dois lados de uma grande cânion, de cor avermelhada. Haviam igrejas, colunas... até um anfiteatro. Mas, na minha cabeça, Petra era apenas um lugar maravilhoso que ilustrava os livros de história. De verdade nunca pensei que conheceria o local. Mas, a vida dá voltas e as oportunidades surgem.


Vamos começar pelo começo... Um pouco de História:


Petra, a famosa cidade rosa. Localizada na Jordânia, à 240 km da capital Amam, ficou mundialmente conhecida pelo grande público graças ao último filme da trilogia de Indiana Jones (a última cruzada). Toda esculpida na rocha, ela data de pelo menos 1200 A.C. Sofreu a incursão de várias tribos e se tornou uma importante rota de comercio entre a península arábica e Damasco. Foi colonizada pelos Nabateus em 312 A.C. estabelecendo Petra como capital da região. Esse povo controlou toda a rota comercial da região e acabou influenciando na fundação de duas grandes cidades da Jordânia: Jerash (um incrível centro arqueológico super bem preservado, que será tema de outro post do Turistas e Mochileiros S/A); e Rabbath (atual capital do país, Amam). Os Nabateus converteram Petra num ponto de encontro de caravanas, e essa confluência de vários povos e culturas acabou influenciado a arquitetura de suas construções, em uma mescla de estilos greco/romano e oriental.


Em 64 A.C. O general Pompeu acabou conquistando Petra, mas manteve a autonomia dos Nabateus na região, sendo suas únicas obrigações o pagamento de impostos, e a defesa da região de tribos do deserto (espertos esses romanos, não??)


Porém, o império romano não foi benéfico para Petra. As rotas de comércio começaram a migrar para outras fronteiras e a região começou a ficar decadente, até que os Bizantinos dominassem a região no Século III e estabelecessem no local um Bispado. Petra voltou a prosperar, até que em 363 quase desaparecesse no grande terremoto da Galileia. Muitos prédios desapareceram, e alguns acabaram sendo derrubados para a construção de outros mais modernos (rsrs)


Em 551 houve um terremoto ainda maior (Beirute), e Petra acabou não se recuperando e virando uma grande cidade em ruinas.


O primeiro europeu a descobrir as ruínas foi Johann Burckhardt. Desde então, ela vem atraindo cada vez mais turistas do mundo inteiro, fazendo com que ela fosse nomeada pela Unesco como uma das mais preciosas propriedades culturais da herança cultural do homem. Também foi eleita um das novas sete maravilhas do mundo e a 28ª posição da lista de lugares para ver antes de morrer.


Primeiramente, devemos saber que não há voo direto para a Jordânia desde o Brasil. Eu fui primeiro para Israel e cruzei a fronteira por van. Mas, há rotas desde a Europa que chegam a Amam, e de lá, prepare-se para viajar 240 km até Petra. As estradas são boas, e não há muito movimento. Mas, os motoristas são árabes, então, são um pouco descuidados e dirigem muito rápido.


Você tem que pelo menos, pernoitar em Petra. Não há condições de viajar tantos quilômetros e encarar Petra. Petra não é para os fracos!!!!


Ao chegar na entrada, você apenas pode imaginar o que vem pela frente. Como acontece em todos os lugares históricos, há muitos vendedores e lojinhas... Isso já é o primeiro desafio. Eles são chatos e insistentes. Depois, você tem que optar em descer até o Tesouro de Camelo ou de Cavalo, ou ir andando. Não sou uma radical, mas, se para você for possível, vá caminhando. Evite a exploração destes pobres animais. Eu vi até uma égua grávida subindo e descendo. Entendo que os nômades dependem disso, mas, eu faço a minha parte e optei não usar esse meio de transporte, mesmo tendo me xingado internamente na volta por essa minha militância (vocês vão entender depois... rs)


Você começa a ver as paredes vermelhas e o cânion se abre a sua frente. Frestas largas, frestas estreitas... mas repare nas paredes altíssimas!!!  Ao caminhar vc começa a reparar nas inscrições e nos mausoléus escavados nas paredes. Repare também que se você conseguir identificar alguma figura esculpida, elas estão sem cabeça. Não por que foram retiradas. Isso por conta dos diversos povos que povoaram a cidade, e acabaram acrescentado ou retirando alguns detalhes


Repare também no avançado sistema de canalização de agua. Imagine a importância de armazenar a agua para que a cidade utilizasse depois. Chove pouco na região, mas não se engane... Um ano antes da minha visita, houve uma inundação na região, e os turistas tiveram que fugir para as pedras mais altas. Alguns foram retirados por um helicóptero.


Você segue caminhando e de repente, numa fresta do cânion, você vislumbra uma imagem que te arrepia toda!!! O tesouro começa a aparecer até que de repente, pula na sua frente como uma imagem do livro que se torna real! Uma lindeza! Realmente é de arrepiar! E aí, começa o espetáculo. Logo adiante você começa a ver uma esplanada com a parede das fachadas... mais adiante o anfiteatro... depois a Tumba da Urna, a Tumba da Seda, a Tumba coríntia, e, finalmente (e haja fôlego por que fica mais afastada), o Palácio (que era um tumba também).
Você não sabe pra onde olhar, pra onde se aventurar... Por isso falei que o passeio tem que pelo menos ter um pernoite na cidade.




Eu não parava de pensar em quantas pessoas passaram pela cidade... como ela devia fervilhar nos vários séculos em que ficou sendo um ponto de congruência de tantas civilizações. E quanto tempo ficou longe dos olhos ocidentais. Muito doido!!! Realmente, uma viagem no tempo, como se um portal estivesse se abrindo diante dos meus olhos.  


Bom. Agora, a volta. Voltamos pelo menos caminho que descemos. E a distância é de mais ou menos 3 quilômetros. Isso mesmo! E eu só me dei conta disso quando eu comecei a voltar. (Por isso os xingamentos internos...). E pior. A volta é uma leve subida. Vá preparado. Eu não estava preparada e a volta pra mim foi bem puxada. Se você puder levar um stick de caminhada, seria o ideal. E vá numa época mais amena. Eu fui em março, e graças a Deus, estava bem frio! Peguei zero graus! Isso ameniza muito o cansaço da caminhada.



Dicas importantes:


Visto: Você precisa de visto para a Jordânia. Você consegue nas fronteiras e é válido por 2 meses. Custa 40 JOD ou mais ou menos 56 dólares. Se você estiver num grupo com mais de cinco pessoas, você não paga nada.




 Hospedagem: Há várias opções de hospedagem em Petra. Eu fiquei no Grand View Hotel - http://www.grandview.com.jo/ - Fica super bem localizado para quem gosta de grandes vistas. Não conseguimos ver Petra, obviamente, mas, vemos todo o desfiladeiro. E quem quiser, tem uma visual incrível para fazer uma caminhada ou tirar belas fotos.


Alimentação: Dica importante – leve água ou energético e algum biscoito ou frutas para Petra. Você tem aonde comprar agua e comida, mas, é caríssimo!!!! Um swarma custa 10 dólares!!! Deixe para comer na cidade ou na estrada, na volta para Amam. Para jantar, a grande dica é um prato de cordeiro ou o bom e velho swarma. No hotel que eu fiquei, o jantar era incluído, e a única comida mais conhecida por mim à primeira vista era frango.. O resto era bem típico mesmo.


Evitem sucos ou agua sem ser engarrafada. Há riscos de contaminação real. Não sei se foi na Jordânia ou Israel, mas eu contrai H.Pylori nesta viagem. Então, tomem cuidado.


Outra dica importante. Levem pilhas ou carregadores sobrando. O único shopping Center que eu encontrei foi em Amam, e, comprar uma coisa trivial como uma pilha ou um cadeado pode ser uma verdadeira peregrinação. No deserto, em lugares turísticos, esses produtos (se existirem para venda) são verdadeiras fortunas.


 


 


 


 


 

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